57- Camisa da Esportiva Guaxupé

jogo sport 046

A 57a camisa de futebol pertence à Sociedade Esportiva Guaxupé e essa eu consegui do pior jeito possível: pagando.

Ao menos, mais uma vez consegui achar por um bom preço bem razoável: R$ 29,90, numa loja lá em Guaxupé, mesmo.

Guaxupé é uma pequena e muito agradável cidade do sul de Minas Gerais. Estivemos lá em junho e pudemos aproveitar a ótima festa junina no centro.  da ciadade.

A Mari pirou num restaurante que infelizmente não lembramos o nome, mas que fica ali no centro mesmo:

viagem estadios 199

Achei um vídeo “vendendo” o lado turístico da cidade e posso dizer que recomendo um final de semana por lá, foi uma ótima estadia!

Eu e a mari fomos pra lá dar um relax, e mas já que estávamos por lá, demos um pulo no estádio e por sorte conseguimos bater um papo com a diretoria e alguns integrantes da comissão técnica.

O segundo da esquerda para a direita é o polêmico “Lélio Borges”, que foi muito gente boa conosco e relembrou várias histórias.

viagem estadios 216

A S.E. Guaxupé foi fundada em 12 de março de 1952,e é um ótimo exemplo do que o futebol moderno faz com times “fora dos grandes eixos”.

Depois de ter chegado a disputar a primeira divisão mineira, de 1975 até o início dos anos 80, disputa hoje o “módulo II” do Campeonato mineiro (existem ainda o módulo I e a primeira divisão).

viagem estadios 184

Manda seus jogos no Estádio Municipal Carlos Costa Monteiro, inaugurado no início da década de 50 e com capacidade para 6.000 pessoas.

A entrada do estádio é muito loca! Parece que a gente estava entrando numa mistura de vila com parque ecológico.

viagem estadios 206

A bilheteria fechada é sempre triste, mas ainda assim dá pra ver um pouco do espírito do estádio.

viagem estadios 208

Do lado de dentro, pode se ver os holofotes e ao fundo uma arquibancada descoberta…

viagem estadios 210

A estrutura que separa o campo da torcida não é lá muuuuuuuuito resistente…

viagem estadios 211

O gramado apresentava condições muito boas, mesmo numa época de frio (era inverno, lembre):

viagem estadios 212

Ali ao lado direito, pode se ver a arquibancada coberta:

viagem estadios 213

No dia em que estivemos por lá, havia um jogador do continente africano que acabara de chegar para fazer uns teste no clube. Os demais jogadores disseram se assustar ao vê-lo rezar, já que seus costumes não são lá muito próximos aos dos cristãos…

viagem estadios 217

É muito difícil encontrar dados sobre a história do clube, que hoje sofre do mesmo mal que muitas equipes tradicionais: perde seus torcedores para os “grandes clubes”, e pela sua localização ainda sofre perdendo torcedores para times de MG e SP.

Assim, o único jeito que encontrei de retratar sua história é por meio de imagens.

Abaixo, o time do fim dos anos 50 e início dos 60, que enfrentou lá em Guaxupé o Santos de Pepe e Orlando Peçanha:

Guaxupé anos 50

Daquela época, um dos destaques era o atacante PACHÁ:

pachá
Segundo os dados do site do Milton Neves, Palimércio Nasser, Pachá, nasceu em São José do Rio Pardo, em 19 de outubro de 1934 e logo cedo se mudou para Guaxupé-MG. Ficou famoso como o camisa nove da Esportiva Guaxupé.

Chegou a marcar 6 gols numa só partida (em 1959, contra a Paraisense de São Sebastião do Paraíso).

Hoje, o ginásio poliesportivo de cidade de Guaxupé (MG) tem o nome do ex-atacante.

Abaixo, outras fotos da década de 60, com Pachá no time:

guaxupé anos 60

guaxupé 1960

O time nos anos 70:

Guaxupé anos 70

Em 1975:

guaxupé 1975

Em 1980 conquistou o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão.

Abaixo, foto do time de 1998:

guaxupé 1998

Atualmente:

Esportiva

O vídeo abaixo mostra um pouco do triste caminho seguido pela Esportiva Guaxupé, mas que foi feito no final de 2006, antes de volta do time ao profissionalismo e do próprio Lélio Borges (conforme a foto que tiramos mostrou):

A sequência do vídeo:

Num país tão machista, fica um exemplo interessante: em 2008 o clube foi dirigido por Terezinha de Jesus Vaz. Confira a entrevista dela no final do vídeo:

A Torcida Guaxupeana acompanha de perto o time e agora começa a tentar se organizar para apoiar os “Tigres de Minas”. Veja a rapaziada que está formando a “Avalanche Verde SEG“:

guaxupé2

Guaxupé

Quem quiser contatar os caras, acessem a comunidade deles no orkut: www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=92803566

Pra finalizar, quer ver como é o momento antes do jogo? Vamos lá!

Boa sorte Guaxupé!

E não se esqueça torcedor: Apoie a equipe da sua área!!!

19- Camisa do Nacional

final-de-semana-230

A história da 19a camisa mostra como o amor ao futebol é bonito. Numa dessas tardes quaisquer, meu amigo Renato Ramos, presidente da Fúria Andreense  me liga e diz “Mau, acabo de comprar uma camisa do Nacional aqui em SP“.

No mesmo instante pedi pra trazer uma pra mim. Não é muito louco isso? Mesmo ambos torcendo pelo Santo André, o respeito e admiração pelo símbolo de uma outra agremiação permanece. Porque fala mais alto o verdadeiro amor ao futebol e a idéia de que rivalidade não implica em inimizade.

Mas falemos do Nacional Atlético Clube, cujo site oficial é www.nacionalnac.com.br .

 

A data oficial de fundação é 16 de fevereiro de 1919, mas já em 1903,  funcionários da São Paulo Railway Company (companhia ferroviária inglesa) criaram o clube como alternativa de lazer para os ferroviários e seus familiares.

 

sprw

 

O nome do clube, inicialmente era São Paulo Railway Athletic Clube, mas a concessão de serviços da empresa no Brasil terminou em 1946, e a estrada de ferro e o time foram literalmente nacionalizados. O momento da mudança ocorreu em uma partida no Pacaembu contra o Flamengo (RJ).

 

A equipe entrou em campo no primeiro tempo com a camisa do São Paulo Railway e, no intervalo, trocou o uniforme, e voltou para a segunda etapa ostentando o nome Nacional Atlético Clube.

 

Vale lembrar que o clube foi um dos fundadores da Federação Paulista de Futebol, em 1935.

Curiosamente, no ano seguinte, participou de seu primeiro Campeonato Paulista da Primeira Divisão, onde se manteve por quase duas décadas, até 1953, quando paralisou as atividades do futebol profissional no clube.

 

Em 1959 foi rebaixado à Segunda Divisão, e desde então, nunca mais conseguiu voltar à elite.

 

Desde o fim dos anos 90 a situação se agravou e agora tem lutando pra manter-se na série A2, tendo participado da A3 ( a terceira divisão estadual de São Paulo) por algumas vezes nesses 10 últimos anos.

 

Seu mascote é o “Ferroviário”, homenagem aos fundadores do clube: 

a2_nacional

 

Seu estádio é o Nicolau Alayon, homenagem ao uruguaio dirigente e entusiatsa do time. Localiza-se na Barra Funda, e foi inaugurado em 1938 com uma partida entre o São Paulo Railway e o Corinthians (2×1 pro Corinthians). Tem capacidade para 11 mil pessoas, e é o único no Brasil a homenagear um estrangeiro.

nicolau_alayon

Numa conversa, no ano passado, eu, Mandioca e dois juventinos (Piva e Fernando Boça) tentávamos entender de onde surgiu a rivalidade  do Nacional  e Juventus.  E chegamos a conclusão que foi algo criado recentemente, provavelmente na década de 90, uma vez que não existe qualquer registro oficial  sobre algum motivo específico.

Claro que por ser um derby o clássico JUVENAL carrega a rivalidade entre duas agremiações operárias da mesma cidade, mas a visão que alguns torcedores tem hoje sobre ambos serem principais rivais é recente.

Tomei a liberdade de ligar para o próprio clube (Nacional) e a respotas do sr. Aguirre foi: “Essa rivalidade pra mim é coisa nova”. Achei estranho, mas… tudo bem.

Há pouquíssimo material na net sobre o Nacional. Um vídeo sobre o último (e simplesmente histórico e fantástico) JUVENAL com vitória da equipe da mooca por 5×4 tem um vídeo no youtube, mas foi feito pelos torcedores grená. Se alguém arrumar um vídeo feito pela torcida local, me comprometo a inserir aqui.

Se hoje o clube não vive uma situação das melhores, temos que ressaltar sua importância na história do futebol paulista.

Ao lado de outros times de origem fabril o Nacional foi a oportunidade para setores menos favorecidos da sociedade – entre negros e operários – ocuparem espaço nas equipes de futebol, o que, de certa forma, popularizou a sua prática, até então um privilégio das elites.

Segue uma foto mais recente do esquadrão:

nacional

15- Camisa do Yokohama Flugels

dsc04812

 A 15a camisa vêm de longe, do Japão, país que começou a trabalhar o futebol com maior intensidade somente no inicio dos anos 90, depois da ida do craque Zico para lá. Ganhei de um novo amigo que trabalha comigo, o Oliver.

O time é o Yokohama Flügels, que nasceu como o time da Agência Aérea do Japão (ANA), por isso o nome “Flügels” (asas em alemão) e a forma do seu distintivo (lembra um avião, dá uma conferida abaixo).

180px-yokohama_flugels

Disputou a liga  anterior à profissionalização do futebol japonês e depois a primeira divisão da J. League entre 1993 e 1998. Em 1999, em meio a uma crise, seu patrocinador mor (ANA) decidiu em reunião com o patrocinador do seu rival local Yokohoma Marinos a união dos dois, formando um único time, o Yokohoma F. Marinos.

logo

Dá pra imaginar o que aconteceria se, por exemplo, Comercial e Botafogo de Ribeirão Preto se fundissem? Impossível? Vale dizer que aqui no Brasil o Paraná passou por um processo parecido, com os clubes Pinheiros e Colorado, lembra-se?

Porém, os torcedores e dirigentes não se sentiram satisfeitos com a fusão e fundaram em 1999 o primeiro time japonês que funciona com o sistema de sócios (como o Barcelona), chamado Yokohama F.C. que atualmente disputa a segunda divisão da J. League.

fc

Bom, mas enquanto Yokohama Flügels, por lá, jogaram César Sampaio, Edu Marangon, Zinho e Evair, só pra citar alguns dos jogadores mais conhecidos.

No Japão o futebol tentou surgiur com uma cara de espetáculo, como o basquete nos EUA,então era comum ver os times adotando mascotes com caras comuns e que entravam em campo (como está começando aqui no Brasil). O mascote do Flugels era esse Mickey aí (boniiiiiiiiito):

mascote

Seu estádio é o Mitsuzawa Stadium, com capacidade na época pra 15.046 pessoas.

estadio1

Mesmo nunca tendo chegado ao título da J. League, eles sempre tiveram bons elencos, e venceram, por exemplo a Copa do Imperador, a Super Copa da Asia e a Copa dos Campeões da Ásia.

Mas pra muitos, sua maior conquista foi não ter aceitado a fusão com seu rival, preferindo iniciar na segunda divisão um novo clube, do que perder sua individualidade cultural.